Moraes suspende todas as ações sobre IOF e determina que governo e Congresso cheguem a consenso

  • 04/07/2025
(Foto: Reprodução)
A medida foi bem recebida tanto no governo quanto no Congresso. Moraes, STF, suspende decretos do aumento do IOF O ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu todas as ações sobre o aumento do IOF e determinou que os Poderes Executivo e Legislativo cheguem a um consenso. A medida foi bem recebida tanto no governo quanto no Congresso. A decisão do ministro Alexandre de Moraes paralisa os efeitos dos decretos do Executivo que aumentaram o IOF e também o decreto legislativo que derrubou a decisão presidencial. Na prática, mantém por ora o IOF no valor atual, sem o aumento desejado pelo governo. Moraes é o relator de quatro ações que tramitam no Supremo. O aumento do IOF gerou uma crise política entre o Executivo e o Legislativo. O Congresso derrubou o aumento em uma das maiores derrotas do governo Lula. O Congresso afirmou que o país não tolera mais aumento de impostos sem que o governo corte gastos. O Planalto afirmou que o governo tem autonomia constitucional para alterar as alíquotas do IOF e recorreu ao Supremo. Na decisão, Moraes destacou que o “indesejável embate entre as medidas do Executivo e Legislativo, com sucessivas e reiteradas declarações antagônicas, contraria fortemente o artigo 2º da Constituição Federal que, mais do que determinar a independência dos Poderes, exige a harmonia entre eles, como princípio básico e inafastável de nosso Estado Democrático de Direito em busca do bem comum para toda a sociedade brasileira”. Moraes convocou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho, no Supremo, para a qual deverão ser intimadas as presidências da República, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, a Procuradoria-Geral da República, a Advocacia-Geral da União e as partes. A decisão do ministro Alexandre de Moraes foi muito elogiada por deputados e senadores da oposição e do governo, e por integrantes do Executivo. Ela foi recebida como uma oportunidade de retomada do diálogo entre os dois Poderes e uma forma de encontrar uma saída para resolver o desequilíbrio das contas públicas. Moraes suspende todas as ações sobre IOF e determina que governo e Congresso cheguem a consenso Jornal Nacional/ Reprodução O ministro da Fazenda disse que a decisão de Moraes vai permitir delimitar o papel de cada Poder. “O Supremo tem sido provocado, portanto não é ativismo. Ele está sendo provocado a se manifestar sobre questões muito centrais do funcionamento da execução orçamentária, do reequilíbrio das contas públicas, da observância de princípios legais para condução da política econômica na direção correta. Então, a decisão do ministro Alexandre busca esse caminho de mostrar até que ponto cada Poder pode ir, delimitando constitucionalmente qual é o papel de cada Poder. Isso é ótimo para o país”, afirma o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O líder do PL na Câmara viu uma abertura para o diálogo: “Espero que, apesar da derrota do governo, nós possamos encontrar o caminho da boa política para resolver os problemas nacionais. E nós jamais apoiaremos aumento de impostos no Brasil”, diz o deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL. O presidente da Câmara afirmou que as negociações entre o governo e o Congresso já podem ser abertas. “A decisão traz uma vitória do bom senso para que o Parlamento, o Congresso Nacional, o Poder Executivo possam sentar à mesa de maneira serena. As conversas já têm que começar a partir de agora, até porque não dá para chegar no dia 15, que será o momento da conciliação final acerca desse assunto, sem ter uma conversa prévia sobre aquilo que tem viabilidade política de ser aprovado pelo Congresso e, claro, também com a concordância do Poder Executivo. Então, esperamos que, já a partir da próxima semana, essas conversas possam ser entabuladas entre a Câmara, o Senado, o próprio Ministério da Fazenda, a equipe econômica do governo. O próprio presidente é importante também entrar no debate. E, a partir daí, com espírito público e compromisso com o país, encontrarmos a saída para esse problema”, diz o presidente da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos. Em um evento da Petrobras, no Rio, sem citar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula elogiou a relação do Congresso com o governo e disse que as divergências entre os Poderes devem ser resolvidas numa mesa de negociação: “Eu sou muito agradecido à relação que eu tenho com o Congresso Nacional. Até agora, nesses dois anos e meio, o Congresso aprovou 99% das coisas que nós mandamos ao Congresso. Eu sou grato ao Congresso Nacional. Quando tem uma divergência, é bom. Sabe por quê? Porque a gente senta na mesa, vai conversar e resolve. O governo pensa uma coisa, o Congresso está pensando outra. Nós vamos resolver isso em uma mesa de negociação”. Em Portugal, onde participa do Fórum de Lisboa, o ministro Gilmar Mendes disse que a decisão retoma o diálogo como caminho para resolver as divergências políticas: “Talvez essa decisão do ministro Alexandre ajude as partes envolvidas nesse conflito a colocarem a cabeça no travesseiro, refletirem e tentarem buscar solução no campo político, que é o campo adequado para isso. De fato, nós temos uma tensão fiscal e talvez precisemos fazer construções mais elaboradas. É preciso, então, que se invista nesse sentido. O diálogo é a melhor solução”. No momento em que o STF divulgava a decisão do ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula participava de um evento no Banco dos Brics no Rio. Lula trouxe de volta o debate sobre a crise fiscal que levou a essa crise política. O presidente criticou a busca dos governos de todo o mundo pela austeridade: “É possível criar um novo modelo de financiamento, sem condicionalidade. O modelo da austeridade não deu certo em nenhum país do mundo. A chamada austeridade exigida pelas instituições financeiras levou os países a ficarem mais pobres. Porque toda vez que se fala em austeridade, o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico. É isso que acontece no mundo de hoje”. O pesquisador associado do Insper Marcos Mendes afirma que não existe outro caminho para crescimento com justiça social sem o governo manter as contas sob controle gastando menos do que arrecada: “Existem vários modelos de crescimento e de desenvolvimento econômico no mundo. Modelo com mais intervenção do Estado, menos intervenção do Estado, economia mais aberta, mais fechada. Só não tem um caminho que tenha dado certo: não existe país que tenha se desenvolvido com as contas desorganizadas. Quando você olha os poucos países que ao longo da história conseguiram sair de uma situação de baixa renda e evoluir, você vê que todos fizeram com as contas arrumadas”. LEIA TAMBÉM Moraes suspende decretos de Lula e decisão do Congresso sobre IOF; e determina audiência de conciliação Decisão de Moraes sobre IOF: entenda como embate entre governo Lula e Congresso chegou ao Supremo

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/07/04/moraes-suspende-todas-as-acoes-sobre-iof-e-determina-que-governo-e-congresso-cheguem-a-consenso.ghtml


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